Date:Ter Abr 3, 2001 12:46 am Texto:48 Assunto: Re: [ventania] A espreita e a teoria da evolução Mensagem:770

ALoha Ventanias;

Aloha Matheus e Rafael

Este tema que foi levantado é dos mais interessantes, tem profundas implicações em tudo que representa o Xamanismo guerreiro, especialmente o estudado pelo Doutor Carlos Castaneda, sendo também de grande interesse se abordarmos o tema por outras escolas, que se desenvolveram em outros cantos do mundo, quiçá, oriundas de uma ancestral civilização global, que teria existido há coisa de 10.500 anos atrás , prá mais.

Bom , 10.500 anos já é um número que fazemos de conta que entendemos, mas se formos parar para realmente meditar nisso vamos notar que temos muito pouco referencial efetivo, não falo de elocubrações teóricas, para entender mesmo o que é 10.500 voltas ao redor do Sol.

Ciclos, ciclos que passam como a lua que mingua, somo, renasce , cresce e é cheia, para depois minguar e assim vem repetindo o ciclo de forma precisa, desde nossos ancestrais mais remotos. A Terra ao redor do Sol, mesmo quando certos “pseudo donos da verdade” pretendiam que era o contrário, matavam para obrigar outros a partilharem sua crença, ainda assim a Terra continuou a girar ao redor do sol e a Primavera foi seguida pelo Verão , o Outono como porta para o Inverno. Num hemisfério o oposto complementar do outro. Na zona central da Terra, o chamado equador, em suas proximidades outra realidade, outro ciclo, que ainda não é percebido porque as pessoas gostam mais de seguir modismos externos a redescobrirem a ancestral tradição que permeia nossas terras. O povo nativo foi quase totalmente dizimada, na área chamada Amazônia e suas cercanias restam uns poucos clãs e tribos ainda intocados pela destruição que a chamada civilização provoca, por seu caráter coercitivo,. connvertor, desrespeitoso a toda forma de perceber a realidade que não a sua própria.

A civilização dominante nos ensinou a dizer não acredito, como se isso fosse um veredicto final, como se o fato de acreditarmos ou não altera algo além da qualidade de nossa conexão com a ETERNIDADE que nos cerca.

A ciência determinou que seus limites experimentais, que os limites perceptivos aos quais se circunscreveu representam o limite da própria ETERNIDADE e então o ser humano chega em sua arrogância final, declarando que a ETERNIDADE só existe quando obedece as “leis da ciência” , fora disso é ilusória, fruto da demência, uma heresia.

E o ciclo se fecha e a nobre ciência que veio em socorro do ser humano quando o obscurantismo da religião dogmática ameaçava nos suforcar, torna-se agora dogmática e restritora, chamando então a Mística, irmã mais ampla da religião, para resgatar-nos desse pântano racional, que nos amplie com o Sentir, aquilo que estamos pela razão , procurando pensar.

Várias EScolas concluiram o mesmo. Somos células do ser Terra, não fomos criados para nós, não fomos feitos para “dominar e subjugar o mundo e as criaturas vivas” , somos parte de um organismo cósmico.

A auto consciência não é um resultado natural da evolução. ESte conceito é fundamental no caminho do(a) Xamã Guerreiro(a). Ela surge como uma possibilidade, uma chance de ter chance.

O ilusório e’ acharmos que somos auto conscientes, que o mundo é composto de pessoas autoconscientes. ESte equívoco é um dos primeiros que os caminhos iniciáticos procuram sanar. Lembrar de nós mesmos, começar a estar aqui e agora é um processo necessário, básico e fundamental para o que vem depois.

Evoluímos até o ponto necessário ao SER TErra que responde a todo um jogo mais amplo de forças. Todo ir além desse estado é obra de nosso esforço pessoal, de nosso trabalho pessoal.

Observem toda tradição se não é com trabalho e disciplina que começam o treinamento de quem quer que delas se aproxime.

De diferentes formas , mas com uma essência, o trabalho começa nos libertando da ilusão que nos fizeram crer que éramos, das falsas identificações que foram geradas em nós, para nos permitir mergulhar enquanto ente perceptivo na porção singular da realidade onde somos nós mesmos, em essência.

É muito sutil isso e uma leitura a partir da mente ainda egóica pode falsear muito o que foi escrito acima, mas creio que o sentir pode ajudar muito no encontrar de insights que nos levem a partilhar realmente informações..

A evolução enquanto espécie em todo o planeta obedece impulsos sutis do ser terra, como nossas células respondem a uma homeostase do corpo como um todo.

Mas nós, individualmente, podemos dar passos mais largos nesse processo evolutivo.

Podemos evoluir de entidades biológicas orgânicas presas a um contínuo espaço tempo pré determinado, para uma condição de liberdade perceptiva que nos permita reencontrar nossa parte energética radiante, nosso corpo de sonho ou como quiserem chamar, outra natureza que temos em nós, o nagual em nós, que não é chamado, por que não temos energia e porque não temos conhecimento que isto é possível.

Me parece que no xamanismo o próximo salto evolutivo é dado não mais na condição de mutação apenas nos genes ou algo assim, como na morfologia do corpo, como naqueles gráficos já desmentidos, do macaco em linha reta para um “homem das cavernas” e no ápice o ser humano atual.

A mutação aqui é mais sutil, é a mutação da lagarta , prá crisálida, prá Borboleta, mas este etado de crisálida e borboleta é como na realidade das estrelas.

Nem toda estrela vira buraco negro, de acordo com a massa( energia) umas virão anàs brancas, anãs marrons. Usando da analogia podemos dizer que de acordo com nossa energia acumulada poder pessoal) temos como ir além dessa condição que nos encontramos, caso não trascendermos , vamos nos transformar em nada ou em algum espectro vagando por um sobretempo na luz astral.

TEm muita coisa que a gente precisa rever nestes conceitos para podermos mergulhar neste tema sem cair no achismo, ou numa leitura do tema numa sintaxe equivocada.

Senão vamos ficar iguais aqueles livros que contam histórias de outros mundos, com um contexto idêntico ao desse.

Agitar os campos paralelos a Terra, mexer com alguns fantasmas e espectros, provocar leves ondulações na luz astral, isso é fácil, provoca ilusões agradáveis e apenas aconchega ainda mais quem dorme ao robótico estado que sobrevive.

São manobras que só movem na superfície o ponto de aglutinação, não o empurram para a profundidade do ovo luminoso, manobras confortáveis a quem quer só um pouco de “ilusionismo” e não a transformação profunda que mudar de realidades efetivamente provoca.

Ir conscientemente a outras realidades , até mesmo com toda a fisicalidade, isso cria um novo estado de coisas entre nós e a dita REALIDADE, que se mostra mais multidimensional, mais ampla e flexível.

Aqui dá prá começar a compreender que existe uma energia se transformando através da ETERNIDADE< somos os os transformadores desta energia na porção que a percebemos.

Estamos no Tempo, estamos no Espaço, criamos o tempo espaço pela nossa singularidade e expomos então a consciência que trazemos em nós, aos efeitos dessas vivências no tempo e espaço.

Vivendo , revelamos a ETERNIDADE a ELA mesma.

Morrendo devolvemos a consciência enriquecida pela fantástica experiência do estar vivo que com ELA compartilhamos, a usando como tela nos projetamos e vivemos nossa interpretação do que nos sensibilizou, a Quem nos doou.

Dentro desta abordagem o conceito de evolução sofre uma transformação e ao invés de pensarmos na evolução enquanto espécie, no sentido que Darwin determinou, podemos sondar as possibilidades de nossa evolução como seres singulares para outra condição de existência, uma continuidade não linear e não egóica, mas enquanto essência perceptiva.

Vários caminhos ensinam a fazer isso. Passar a vida usando a plenitude e não apenas uma parte do que somos, ir ao NAgual mais distante e profundo e ao Tonal mais presente e realizador. E ao término do tempo, quando chega a hora de devolver a consciência, do Tonal e do Nagual para a Fonte, é hora de dar um salto e mantermos a energia vital, que nada interessa a Fonte, é a energia vital, apoiada pela coleção de momentos memoráveis que parece ser a chave para o salto onde ardendo no fogo da consciência, entregando o simulaco de nós mesmos na reacapitulação, temos energia para entrar num outro estado, num estado conhecido como terceira atenção.

Um estado onde captamos uma nova qualidade de consciência, uma nova atenção, o que nos permitirá prolongar nossa existência por um inconcebível período, mas em condiçòes de realidade que nem sequer conceberemos usando dessa sintaxe , que não serve nem prá falar da SEgunda ATenção, que dizer da TERCEIRA….

Gostaria de usar esse mail para levantar estes questionamentos de forma que possamos mesmo debater o tema evolução em outros paradigmas que não os Darwinistas e sua escola.

Se considerarmos que árvores e animais podem também dar esse salto vamos ter uma amplitude maior na nossa percepção do que é proposto.