Date:Sex Fev 2, 2001 3:28 am Texto:37 Assunto: En: [Entre_Mundos] Lammas Mensagem:562 Lammas

A Festa Solar.

Para um povo profundamente ligado a Terra e a suas benesses imaginem que momento triunfal era o momento da colheita. A certeza da comida, do trigo, do arroz, do milho,enfim da espécie que aquele povo escolhera para ser seu alimento base. Ao lado da caça a colheita era a garantia da vida.

Enquanto a caça era uma luta com outras espécies, a colheita veio como o domar da Terra, como a caça foi domada e tornada rebanho.

E então, todo ano, vinha o tempo da colheita. A semente foi plantada, foi evocada a força dos Deuses, das Deusas, da natureza, cada um dos que vivem num clã sabe que sua própria sobrevivência depende da colheita, assim é com total gratidão que se vai a colheita, com a certeza que o resultado do árduo trabalho, do arar da Terra, do cuidar da planta, tudo aquilo agora está presente ali, naquela espiga madura que vai ser colhida e transformada em alimento, estocada para os momentos de seca ou frio, de acordo com o local onde vive esse povo.

REsgatar esse sentimento de perceber a Terra, como nossa doadora de Vida em tantos níveis e sentidos é fundamental para uma celebração de Lammas.

Lammas é receber, é ter da Terra o resultado de nosso plantio, é hora de reavaliar nossa vida, fruto de nosso plantio diário e ter a coragem de mudar definitivamente naquilo que não nos leva a crescer nem a viver melhor.

Por hábito, preguiça ou vaidade acabamos por vezes repetindo o mesmo estilo de vida que apenas nos mantém distante de nossas metas, assim é na colheita que também nos percebemos enquanto plantadores e podemos aqui nos propor a sermos de fato a chama que trazemos em nosso peito, não as programações que nos mandaram ser.

Lammas.

Os festivais pagãos não podems e resumir a festa de um dia. Nenhum povo colhe tudo em um dia. A festa dura durante toda a colheita, é uma festa que vai da lua crescente até a Lua Cheia, é claro que não podemos medir uma festa pagã pelo calendário gregoriano.

Por isso todo esse ciclo, até a Lua Cheia, para quem celebra o paganismo telúrico, o paganismo ligado a força da Terra onde estamos, é momento de celebrarmos as festas da primeira colheita .

De agora ,até o outono chegar com sua força de recolhimento, colheitas das mais diversas acontecem.

ESte poder manifesto é o poder da maturidade

Se na Primavera a Virilidade do Chifrudo era festejada e sentida, agora é sua força madura, manifesta, presente, calma e ao mesmo tempo profunda, como um rio profundo, de correntezas intensas e que ainda assim apresenta calma superfície, como a fogueira crepitante, bela e intocável.

A Deusa está pródiga, está também plena e a Face da Mulher plena se manifesta, depois que a Jovem fogosa da Primavera veio com seu poder redespertar quem dorme, animar a vida de quem no frio e árido inverno ainda estava.

Com a Colheita farta a vida se torna mais tranquila, por isso agora é um tempo que o homem e a mulher que araram a Terra, puseram a semente, velaram o broto, apoiaram a tenra planta e vigiaram a espiga amadurecendo, ao colherem, teu seu sono tranquilo , tem seu descanso merecido, pois a colheita veio.

A esperança da colheita, contida na semente , se realizou.

Celebrar Lammas é preparar um bolo , de milho.

Começar queimando alecrim, deixando a fumaça rodar a casa, varrer toda a casa,d o fundo prá frente, com a vassoura de poder, é tomar um banho com suas ervas de poder e colocar sua roupa de TRABALHO.

É ralar as espigas , enquanto prepara sentir que o milho foi semente, ousou ir além, aprendeu como raiz , ousou sair da Terra e ser broto, cresceu e no milagre de sua existência, o grão virou espigas, espigas que ralamos com amor e carinho , agradecendo e honrando a Deusa e o Galhudo que com seu poder tornaram aquela magia , o milho que nos alimenta, possível.

Assar o bolo e então servir, para pessoas queridas, deixando um lugar vago` à mesa, onde deve ser servido o bolo para todas as forças da Natureza que fizeram da semente espiga.

Em todo esses momentos o foco no poder daDeusa e do Galhudo nos levam a celebrar em sintonia.

É em Lammas que consagramos novamente a colher de Pau.

A colher de Pau é consagrada a força da Virilidade do Galhudo, quando na primavera, agora é a força da prosperidade e da prodigalidade do Galhudo, à força do Sol Maduro, do Sol de Meio dia que é consagrada a Colher.

Dentro da Bruxaria telúrica consagramos a colher e o caldeirão aos Quatro Aspectos, isto é as quatro energias, uma de cada estação, do Galhudo e da Deusa.

O caldeirão agora é a cornucópia pródiga da Deusa, no Caldeirão o fogo simboliza a Deusa Dragão, a Mulher que trás o fogo em seu Útero, que gera sonhos e mundos.

Na primavera a jovem deusa dragão trazia o fogo sendo expelido, seu poder era externo, a Deusa dragão em sua face madura está tranquila, serena, em seu útero repousa o poder do Fogo celestial e Telúrico .

É Lammas, a promessa da Semente se cumpriu, a esperança se renovou, a vida continua , ainda podemos ir além dos limites que nos foram impostos e realizar plenamente a Chama que trazemos em nossos peitos.